Ricardo Ghelman
Ao longo da trajetória profissional de 30 anos como pediatra, clínico geral como médico da família, oncologista pediátrico, professor e pesquisador, o fundador e diretor clínico Dr. Ricardo Ghelman desenvolveu uma forte experiência em Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa (MTCI), termo adotado pela OMS, com maior aprofundamento nas áreas de Medicina Antroposófica, Pediatria Integrativa, Oncologia Integrativa e Fitoterapia.
Desde a graduação vivendo a integração do convencional e do não-convencional.
Desde a graduação na década de 1980 se dedica ao estudo comparativo de diferentes sistemas médicos. Nos incríveis seis anos de graduação em medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre 1981 e 1986, além da construção de grandes amizades até hoje, viveu uma integração pessoal das disciplinas convencionais com o estudo paralelo de Medicina Tradicional Chinesa, Homeopatia e Medicina Antroposófica nos primeiros três anos e partir daí se dedicou ao estudo, prática e pesquisa da Medicina Antroposófica. Este movimento pessoal muito diferente do movimento da medicina alternativa, buscando a integração, estava sendo gestado em outros países e nasceu na década de 90.
Após formado fez residência de pediatria na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ, 1987-1988), formação em medicina antroposófica (Clínica Tobias, ABMA, 1989-1990) e de onco-hematologia pediátrica no Centro Infantil Boldrini (UNICAMP, 1991). Após um longo percurso de 37 anos de formado, em 2023, teve a grata experiência de se tornar afiliado como Professor Colaborador do Departamento de Medicina em Atenção Primária à Saúde da Faculdade de Medicina da UFRJ, cooperando na estruturação da área de Medicina e Saúde Integrativa na sua casa de origem.
Vida clínica e a vida acadêmica integradas em São Paulo desde 1994.
Paralelamente ao trabalho no consultório, atendendo crianças e adultos, desenvolveu uma carreira acadêmica nas últimas três décadas (1994-2024). Completou o mestrado na área de biologia do desenvolvimento e anatomia comparada na Faculdade de Medicina Veterinária da USP (1994-1998). Em 1999, tornou-se Professor Assistente de Embriologia, Histologia e Anatomia no Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Entre 2000 e 2003, realizou doutorado com estudo pré-clínico em toxicologia de fitoterapia anticâncer (Viscum album) junto ao Departamento de Obstetrícia Experimental da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/UNIFESP). Em 2007, criou, em parceria com a Profa. Mary Nakamura e o Dr. Jorge Hosomi, o Núcleo de Medicina Antroposófica (NUMA/UNIFESP) na Obstetrícia, expandindo posteriormente para a Neurologia. Idealizou e criou também, com colegas, o Núcleo de Medicina e Práticas Integrativas (NUMEPI) junto à reitoria da UNIFESP, reunindo vários departamentos. Realizou o pós-doutorado no programa de Neurociências entre 2015 e 2018, criando o Ambulatório de Antroposofia, voltado à pesquisa na área de dor crônica e medicina antroposófica, junto ao Departamento de Neurologia da EPM/UNIFESP.
Ciência, Prática clínica e Arte integradas
Paralelamente, ao longo desses anos, desenvolveu uma interface entre arte, ciência e prática clínica integrativa. Durante o mestrado, realizou uma formação em escultura (1994) e, em seguida, uma formação em fenomenologia de Goethe no Reino Unido (1997-99) para cientistas e artistas, com ênfase em botânica e morfologia. Simultaneamente ao doutorado, coordenou o Ambulatório de Oncologia Antroposófica na Clínica Tobias, atendendo, com uma equipe multiprofissional, mais de 250 pacientes com câncer em um modelo transdisciplinar integrativo, proporcionando maior adesão ao tratamento convencional, incluindo cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Durante o pós-doutorado, teve o privilégio de idealizar, organizar e coordenar um programa inovador, pioneiro na América Latina, que se tornou a Unidade de Pediatria Integrativa (UPI), com ênfase em oncologia pediátrica, no hospital universitário de câncer infantil da Universidade de São Paulo (ITACI HCFMUSP), o qual coordenou nos primeiros anos antes da pandemia. Esse projeto foi co-idealizado com um professor da Universidade Charité de Berlim e permanece ativo até hoje. Desde 2019, preside o Núcleo de Pediatria Integrativa da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).
Com formação em Fenomenologia Goethe, que desenvolveu um olhar treinado para enxergar os pacientes de forma multidimensional, ministra cursos de pós-graduação sobre Embriologia e Dança, em parceria com o pesquisador Robson Lourenço, e sobre Botânica Fenomenológica, há mais de 20 anos, por todo o país. Além disso, lecionou por mais de 15 anos em cursos de pós-graduação da Associação Brasileira de Medicina Antroposófica em diversas regiões do Brasil. Nos últimos cinco anos, tem lecionado e coordenado o curso de pós-graduação em Pediatria Integrativa (IBCMED), além de ministrar aulas sobre Fitoterapia e Oncologia em cursos universitários na América Latina, como na Argentina e na Colômbia, e sobre Medicina Integrativa baseada em evidências nos EUA, em parceria com a Georgetown University.
Reviravolta em 2018 em direção ao impacto social e integração ao movimento mundial da medicina e saúde integrativa
Em 2018, após concluir o pós-doutorado e buscando atuar com impacto social em saúde pública, idealizou e promoveu a criação do Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN), Capítulo Brasil da Sociedade Internacional de Pesquisa em MTCI (ISCMR). Nestes seis anos de existência, o consórcio contribuiu significativamente para o fortalecimento de políticas públicas baseadas em evidências na área de MTCI. No CABSIN, atua como presidente fundador e, desde outubro de 2023, como vice-presidente, promovendo cooperação internacional e nacional em projetos focados na promoção de políticas públicas fundamentadas em evidências. Coordena os mapas de evidências sobre a efetividade clínica das MTCI em parceria com a BIREME/OPAS e, como coordenador do Compêndio Panamericano de Plantas Medicinais, facilita o acesso a informações e promove bancos de dados sobre plantas medicinais nativas da região das Américas.
A trajetória de sucesso do CABSIN foi construída pela produtividade acadêmica e pela eficácia estratégica da rede, que reúne 100 pesquisadores distribuídos em 14 comitês científicos. O CABSIN dialoga com uma rede de 40 países e faz parte de outras redes, como ISCMR, Rede MTCI Américas, Rede PICS Brasil, Planetary Health Alliance (EUA), TCIH Coalition (Suíça), Coalizão por Evidências e Grupo BraveNet (EUA).
Desde 2019, teve a honra de servir como consultor externo da Organização Mundial da Saúde – OMS
Participa da elaboração de Benchmarks (documento norteador) sobre treinamento em diversas áreas e do desenvolvimento da avaliação do nível de integração da Medicina Tradicional e Complementar aos sistemas de saúde dos países. Além disso, é membro e o único brasileiro no grupo consultivo externo para a 1ª Cúpula Global sobre Medicina Tradicional na Índia.
Na área de Pediatria Integrativa, tem atuado como articulador global por meio de eventos científicos desde 2019, como o Primeiro Simpósio Internacional de Pediatria Integrativa, que uniu mais de 10 países de todas as regiões do mundo. Na oncologia, também participa da Força-Tarefa Internacional da Sociedade de Oncologia Integrativa (SIO) como embaixador para o Brasil, em diálogo com o Instituto Nacional de Câncer do Brasil, EUA, IARC/OMS, para apoiar a implementação dessa área no Brasil e na região.
Nos últimos anos, com um papel de articulador internacional e nacional, participa de diversos eventos, mantendo ao mesmo tempo seu amor e foco nos pacientes em seu INSTITUTO GHELMAN MEDICINA INTEGRATIVA. Ouvir a história e a trajetória das pessoas é fascinante, e poder trazer múltiplas perspectivas ao cuidado diário dos pacientes de forma individualizada é sua missão. Um lema fundamental de sua vida, que traz toda sua expertise para o Instituto: Conectar-se globalmente, atuar no tempo e no espaço.
